Pensando no futuro, fincado no presente

Pensando no futuro, fincado no presente

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Desde muito cedo aprendi a gostar de assuntos relacionados ao fim do mundo, um dos primeiros livros da Bíblia que li foi o de Apocalipse, dificilmente perdia uma palestra sobre o desenrolar escatológico, e as pregações e filmes que enfatizavam a besta e seus aliados me deixavam vidrados. O tempo passou e eu continuo fascinado com o que há de vir, mas já percebi que antes de pensar no futuro preciso viver meu presente; o meu grande desafio é com minha geração. Reconheço que o cenário mundial nunca foi tão apocalíptico, o caos vem se instalando em todos os setores da vida, e não há nada que escape do tsunami destruidor: religião, política, sociedade, meio ambiente, economia, saúde, tudo a nossa volta sofre com o "princípio das dores". O fim do mundo deixou de ser assunto religioso e passou a encher a agenda de discussão dos grandes pensadores mundiais. Olhando para um futuro breve não vejo melhora e acho que a cenário ficará mais cinzento: os falsos pastores se alastrarão, muitos falsos profetas surgirão e cada um com profecias mais mirabolantes, o amor se esfriará de quase todos, rumores de guerra se espalharão em toda terra, os homens se odiarão e trair-se-ão como nunca, a fome se instalará entre nós e doenças se propagarão em grandes escalas mundiais dizimando milhões de pessoas, as igrejas se encherão, mas se encherão de pessoas vazias, os púlpitos se empobrecerão, terremotos engolirão cidades inteiras. Esse é o cenário pintado por Jesus em Mateus 24, e o conselho do mestre é para não ficarmos alardeados com o que veremos no Jornal Nacional.

Bem, se ao olhar para um futuro breve não vejo melhora passo então a olhar o presente que me cerca com muita expectativa. Essa expectativa nasce da esperança de que nem tudo está perdido, pois ainda sinto o aroma da graça em muitos lugares, ainda me esbarro com pessoas que o mundo não é digno de abrigá-los, ainda vejo profetas que não se prostraram diante de Baal ou de Mamom, ainda leio poesias de quem não perdeu o coração em meio a tanta inafetividade, ainda vejo o evangelho sendo levado a sério por alguns remanescentes do amor, ainda cultuo entre pessoas que sabem diferenciar adoração de show, ainda me deparo com missionários que fazem missões, ainda vejo rios de água viva jorrando do interior de "Marias" e "Josés". Olho para minha geração com expectativa e estou certo de que onde o Reino se instalar ali Ele se dilatará, não se engane, pois o melhor lugar para que isso aconteça não é em outro solo que não seja o nosso coração e no tempo chamado hoje.